quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Convite a reflexão do artigo escrito por Dilvo Ristoff sobre os atuais paradigmas da educação brasileira

Este artigo trabalha algumas questões interessantes e atuais no campo da educação brasileira , achei oportuno, e logo postarei alguns comentários.
26-01-2010 10:39:22 - Artigo: Educação pós-Twitter
Dilvo Ristoff (*)

"O Twitter é uma rudimentar rede de conexão social", disse Biz Stone, em novembro último, em Doha. Há, segundo ele, muito a fazer para tirar proveito dos 4,4 bilhões de telefones celulares e de 1 bilhão de contas de internet espalhados pelo planeta.

O criador do Twitter esteve com Sugata Mitra, o autor de "A hole in the wall" – que instalou computadores nas ruas de cidades para onde bons professores não querem ir. Queria ver o que aconteceria com as crianças! Para a sua surpresa, em três meses, sozinhas, elas aprenderam a usar o computador e, como todos nós, a exigir um processador mais veloz.

Sem qualquer ajuda, as crianças aprenderam 30% dos conteúdos de genética disponibilizados e, com o auxílio de um tutor, superaram os estudantes das melhores escolas da Índia.

Mitra argumenta que hoje importa menos quem você conhece e mais se você está ou não linkado. Estamos em uma nova era: o usuário linkado questiona, e não raro com razão, as recomendações do médico, a originalidade do artista, o conhecimento do professor.

O acesso fácil à informação gerou a era do espanto, da instabilidade de doutores, mestres e pseudoespecialistas! Não sabe? Não pergunte ao professor! Pergunte à inteligência democrática: pergunte ao google! Para que esta inteligência democrática possa ganhar escala e servir à humanidade, a Escola precisa tornar a inclusão digital a sua palavra de ordem. Para isso, terá que conviver com a aprendizagem auto-organizada e lidar com tecnologias que tolerem múltiplas trajetórias pedagógicas.

Ou seja, a educação terá que ter compromisso inarredável com a inovação! O que Biz Stone e Mitra propõem é um futuro que não mais replicará o presente e que trará à tona milhões de talentos que serão colocados a serviço da vida, com novas oportunidades para todos! Estará o Brasil em condições de preparar os jovens para as demandas de adaptabilidade que se apresentam?

A julgar pela resistência que as novas tecnologias encontram em nossas universidades, temo que continuaremos a educar para o passado, imaginando que ele funcionará no futuro. Não funcionará! A menos que aceitemos que se frustrem as nossas esperanças de construir um país avançado nas artes e nas ciências, é urgente que professores sejam expostos a um agressivo choque de novas tecnologias, antes que caiam em descrédito pela sua incapacidade de educar para os novos tempos.

Mais do que nunca, dependemos de políticas comprometidas com a interconectividade e com o futuro.

(*) Reitor da Universidade Federal da Fronteira Sul. Artigo publicado em "O Globo", 16/01

Um comentário:

  1. Muito bom esse artigo,realmente é a ferramenta do momento,como tudo que é novo trás consequencias que muitas vezes não podemos prever...E Questões como: O que é sabedoria ou o que é conhecimento novamente congrue para uma ruptura,possívelmente tudo estará mudando no mundo,valores morais,éticos comportamentais e até mesmo a relação com o signo. Se é bom ou ruim? vantajoso ou catastrófico somente a máquina dirá,já o homem ,esse já não responde muito por sí.

    beijos,
    Kelly

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